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O pastoreio sacerdotal do pai cristão


Considero ser pai, a tarefa mais difícil da terra. O pai é diferente da mãe. A mãe sente seu filho no ventre, sente-o crescer, sente as suas pulsações, o pai não. A criança nasce e sua afeição inicial está intrinsecamente ligada a vida da mãe.
Ela é a protetora, a provedora dessa criança, ainda tão indefesa. O pai observa tudo isto, compartilha de toda essa graça, mas ainda não se sente pai, até aquele dia que ouve dos lábios do filho gerado, a palavra “pai”, ser chamado de pai.
O pai cristão tem a responsabilidade de formar crianças à imagem de Cristo Jesus. O pai deve modelar para o filho o Senhor Jesus Cristo, para que o filho siga os seus caminhos.
Podemos chamar isso “o sacerdócio do pai” ou talvez “o pastoreio do pai”. Todo pai é um “pastor” do rebanho que Deus lhe concedeu.
É interessante traçar os paralelos entre o papel do pastor e o papel dos pais. Vejo pelo menos três responsabilidades paralelas entre os dois:
I. O pai sacerdote devem conduzir seus filhos a Deus (Intercessão)
Segundo Atos 6:2,4, uma das primeiras grandes responsabilidades do líder espiritual é a oração. Os pais que oram por seus filhos providenciam alguma forma de proteção para eles contra as doenças do pecado. O pai intercessor ergue paredes de proteção ao redor de seu filho, preocupando-se com seu bem estar, seu relacionamento com o Senhor, pecado, etc.
O pai que ora continuamente pelos filhos certamente agirá também para protegê-los contra o pecado.
Mas como orar pelos filhos? Gostaria de sugerir um esboço muito simples que serve como guia na minha oração pelos meus seis filhos.
s pais cristãos deve orar por pelo menos cada uma destas áreas:
a) Caráter dos filho (o fruto do Espírito, Gl 5:22 junto com a compreensão da sua identidade como filhos de Deus em Cristo, Ef 1:15-23,3:14-21)
b) Carreira (orar ao Senhor da seará que use meus filhos para expandir Seu Reino no mundo–Lc 10:2)
c) Casamento (orar que Deus direcione meu filho ao cônjuge com quem compartilhará sua chamada para o resto da vida)
O pai sacerdote intercede pelos seus filhos. Mas assim como o pastor, que se dedica à oração e ao ministério da Palavra, o pai sacerdote também se preocupa com o ensino de seus filhos.
II. O pai pastor deve apresentar Deus aos seus filhos (instrução)
O pai pastor está sempre ensinando seus filhos pelas palavras, pelas ações e pelas atitudes. É impossível escapar do olhar destas pequenas ovelhas, que admiram tanto seus “pastores”. Sempre estamos transmitindo o que somos para elas. Com tempo, os filhos se tornam o que os pais são. Por isso o “pai sacerdote” tem que reconhecer que ele é um “pai professor”, sempre instruindo seus filhos e vacinando-os contra a doença que chamo “amnésia espiritual”.
Amnésia espiritual é a doença que aflige os filhos de crentes que não se esforçam em transmitir sua fé para a próxima geração. É a memória de Deus apagada da vida de um filho pela negligência dos pais. Em Dt 6:6-9, nos lemos: “Estas palavras que hoje te ordeno estarão no teu coração; tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te e ao levantar-te. Também as atarás como sinal na tua mão, e te serão por frontal entre os teus olhos. E as escreverás nos umbrais de tua casa, e nas tuas portas.”
Conforme estes versículos, o pai pastor (instrutor) aproveita toda oportunidade para ensinar seus filhos os valores e princípios bíblicos transmitidos pelo Supremo Pastor. Ensina a Palavra formalmente e informalmente, propositalmente e espontaneamente, em todo lugar e em qualquer lugar, em todo tempo e o tempo todo. Não é um fanaticismo evangélico mas um estilo de vida que avalia toda a vida por uma perspectiva bíblia. “O pai que ama Deus de todo coração, transmite sua fé à outra geração!”
III.O pai pastor deve disciplinar os seus filhos (Intervenção)
A última responsabilidade do “pai-pastor” segue naturalmente as primeiras duas. Provérbios 22:6 chama o pai para “ensinar a criança no caminho em que deve andar, e ainda quando for velho, não se desviará dele.” Junto com este texto, Efésios 6:4 chama os pais (o termo “pais” designa especificamente homens) a “não provocar seus filhos à ira, mas criá-los na admoestação e na disciplina do Senhor.” Assim como o pastor de rebanho vai atrás de ovelhas desgarradas e às vezes precisa discipliná-las, para que evitem perigos maiores longe do aprisco, os pais precisam intervir na vida dos seus filhos com disciplina equilibrada.
O equilíbrio entre instrução e intervenção ou seja, disciplina, pode ser entendida por meio de uma analogia. O pai vai na frente do seu filho como alguém que quer cavar uma trilha ou valeta em que o filho pode caminhar. No início, a valeta está muito rasa, e o filho pode sair dela com facilidade. Quando isso acontece, o pai coloca seu filho de volta na trilha cavada com firmeza e amor. Com o passar de tempo, a valeta fica cada vez mais funda, e o filho só poderá escapar dela com grande esforço. Quando isso acontece, o papai o coloca dentro do caminho de novo. Depois de 18 anos, a trilha deve ser tão profunda, que o filho teria que chamar o corpo de bombeiros e uma escadona para sair do caminho do Senhor. É possível, mas não muito provável.
O pai que realmente ama seu filho precisa intervir quando este deixa o caminho da instrução. Provérbios recomenda o uso da vara, uma consequência artificial mas estruturada pelos pais, para desviar os filhos do pecado. Deve ser aplicada com força suficiente para arder mas nunca ferir a criança. Assim o pai ajuda seu filho a associar o pecado com dor, assim evitando conseguências muito piores no futuro, proporcionadas pela própria vida.
Muitos anos atrás, resolvi seguir meu caminho, com 9 anos de idade, decidi não ir a Igreja, abandonar os meus padrões cristãos, e não seguir a fé e a doutrina ensina por meu pai. No domingo pela manhã preparei-me para a tão esperada pesca. De posse da minha vara de pescar, fui para o rio, naquela época com muita água, ali na cidade de Mantena-MG. Estava tranquilho pescando, quando senti a dor de uma varada nas costas, era o meu pai. Pegou-me pelo braço e me arrastou até a minha casa, fez vestir a roupa dominical e fui arrastado para igreja. Ele me falou-me as seguintes palavra: “Hoje não entendes o que faço, mas amanhã compreenderás e nunca esquecerás desse ato”. Dou graças a Deus por aquele momento, pelo cuidado e pela disciplina aplicada, que com certeza fez com que permanecesse fiel nos caminhos do Senhor.
Pais da Igreja Presbiteriana do Sinai, não posso pensar em presente maior que você possa dar a seu filho do que ser um exemplo de seriedade e reverência para com Deus em sua vida. Caminhando com o Senhor, será um referencial inesquecível que ajudará a construir o caráter de seu filho. Você não será perfeito, pois por definição somos imperfeitos, mas a integridade de reconhecer um erro e pedir perdão deverá ser uma marca do pai cristão.
E assim, juntos, pais e filhos procurando conhecer a vontade de Deus para nosso relacionamento, teremos muito mais chances de acertar!
Soli Deo Glória


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                                        O líder encorajador


“Dar resposta apropriada é motivo de alegria; e como é bom um conselho na hora certa!” (Provérbios 15.23 NVI).
Todos precisam de encorajamento. Mesmo o líder mais determinado, mais habilidoso precisa ser encorajado de alguma forma. Se isso é verdade em relação à pessoa do líder, imagine em relação aos liderados?!
Todo líder precisa ser um encorajador por excelência dos seus liderados. Precisamos encorajar as pessoas porque:
  • Há dias em que tudo parece sombrio.
  • As pessoas enfrentam ciclos diferentes de vida. Existem dias de montanha e dias de vale.
  • A vida impõe muitas pressões sobre as pessoas, a carga fica pesada e o desânimo parece dominar os corações.
  • O desafio do trabalho a ser feito se torna grande e a vontade de desistir e sair de cena sempre surge como uma opção.
  • Às vezes perdemos o foco e fixamos o olhar apenas nos erros e derrotas aparentes.
  • Normalmente ouvimos mais palavras de desânimo do que de encorajamento no dia-a-dia da vida.
  • Esquecemos que temos recursos sobrenaturais ao nosso dispor e ficamos tentando viver pelo nosso próprio poder.
Um líder sensível será um líder que encoraja. Mesmo quando é preciso corrigir rotas e rever procedimentos, o encorajamento precisa estar presente.
A palavra de um líder sempre tem um peso maior do que o normal. Sendo assim, a palavra encorajadora de um líder tem conseqüências muito mais profundas, às vezes inesperadas, se ignoramos esta verdade. Podemos encorajar as pessoas de diversas maneiras, como:
  • Chamando os liderados pelo nome.
  • Procurando conhecer de fato os seus problemas.
  • Permitindo ser acessível a eles.
  • Mostrando a eles que nós também somos humanos e limitados.
  • Reconhecendo o esforço despendido para a realização de uma tarefa.
  • Oferecendo espaço para manifestações e contribuições dos liderados.
  • Oferecendo um tempo de descanso para aqueles que estão cansados.
  • Sendo justo e não fazer acepção de pessoas.
  • Encorajando diretamente com palavras positivas de ânimo.
Entendo que um bom líder precisa sempre procurar encerrar seus diálogos de forma positiva e encorajadora, pois assim a abordagem inter-pessoal se tornará mais dinâmica e fácil, gerando um clima melhor e mais produtivo de trabalho em equipe.
O mundo já tem muitas forças geradoras de desânimo, por isso precisamos de líderes que encorajem e sejam encorajados. Que tipo de encorajadores temos sido? Daqueles que diante de um belo dia de sol só enxerga a pequena nuvem escura do horizonte ou somos daqueles que mesmo em meio às tempestades, lembramos que sobre as pesadas nuvens o sol nunca deixa de brilhar?
Vamos trabalhar por uma atmosfera de encorajamento. Que tal criarmos uma corrente de encorajamento mútuo? Um bilhete, um presente, uma carta, um telefonema, um e-mail, uma declaração pública, um abraço, um agradecimento, um sorriso sincero, um ouvido atento e sensível, uma palavra, um compartilhar de fardos. Vamos nos encorajar uns aos outros e colhamos o fruto dessa inteligente e abençoada prática.
Antes de encerrar, quero lembrá-lo: não desanime, levante a cabeça, você pode chegar lá, pois o Senhor “é capaz de fazer infinitamente mais do que tudo que pedimos ou pensamos, de acordo com o seu poder que atua em nós.” (Efésios 3:20 NVI).


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Convite à contrição e humildade


Assim diz o Alto e Sublime, que vive para sempre, e cujo nome é santo: “Habito num lugar alto e santo, mas habito também com o contrito e humilde de espírito, para dar novo ânimo ao espírito do humilde e novo alento ao coração do contrito”. Pela boca do profeta Isaías (57.15) ouvimos o convite de Deus à contrição e humildade, duas atitudes pouco celebradas em nossa sociedade competitiva e cosmética, que vive de aparências de sucesso efêmero, alegrias artificiais e felicidades de fotografia.
A contrição é “sentimento pungente de arrependimento por pecados cometidos e pela ofensa a Deus, menos pelo receio do castigo do que pelo amor e gratidão à divindade” (Houaiss). Nunca estamos tão próximos de Deus quanto quando nos enxergamos debaixo de sua santidade onde recebemos uma pequena noção da distância entre sua perfeição e nossa finitude. Sob sua luz de brilho intenso e quase insuportável nenhum mortal permanece em pé, nenhum canto da vida humana fica na penumbra, nenhum mal fica camuflado. O ato conseqüente desta experiência é o cair de joelhos gritando “Ai de mim que sou pecador e meus olhos viram a glória do Deus Santo”, seguido de uma súplica desesperada “Afasta-te de mim, pois sou pecador”, para em seguida ouvirmos a voz doce e suave “Tu és meu filho amado, e em ti tenho prazer”. Jamais ouviremos a voz do Abba enquanto não nos despojarmos de todo e qualquer senso de merecimento e virtude: somente o contrito desfruta o prazer de sentar-se à mesa com o Alto e Sublime.
A humildade, por sua vez, pode ser compreendida como a “virtude caracterizada pela consciência das próprias limitações” (Houaiss). Não se trata de uma pseudo-modéstia nem uma auto-diminuição diante de quem quer que seja. Humilde não é aquele que se julga inferior aos outros. Talvez o oposto seja verdadeiro, humildade é a capacidade de não se julgar superior a ninguém. A contrição nos esvazia do senso de mérito, e a humildade nos esvazia da necessidade de comparações, pois quem se enxerga pela lente da santidade de Deus não pode tomar o outro como padrão: nem para se sentir menor, nem para se considerar maior. Sob a luz de Deus todos somos o que somos, e se somos alguma coisa, pela graça de Deus o somos. Somos sim, alguma coisa, mas é a graça de Deus que explica o que somos. A auto-desvalorização é uma ofensa à graça que visita nossa contrição e nos confere a dignidade de filhos de Deus. Humilde é quem sabe de si, e sabe de si pela graça de Deus.
Não se ocupe em aparentar força, demonstrar virtude ou exercer controle. Ocupe-se em cair de joelhos em humildade e contrição. Sua recompensa está prometida: o Deus Alto e Sublime cujo nome é santo estará com você, trazendo alento e ânimo, soprando sobre você fôlego de vida que dissipa toda escuridão de morte, e refazendo sua anima, dando a você uma nova alma, não mais tenebrosa, mas iluminada pela glória do céu.
Fonte: IBAB


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Problemas, paradoxos e perplexidades


Fecha a porta do teu quarto para orar. Esta orientação de Jesus pode significar a necessidade de um ambiente onde os ruídos na comunicação sejam mínimos: nada de telefones tocando, crianças reclamando atenção, chefes cobrando tarefas, religiosos cochichando, rádios e televisores ligados, sinais anunciando e-mails recebidos, sinais de amigos no messenger, gritarias pela casa, ou qualquer coisa que possa competir com a atenção que deve ser exclusivamente dedicada a Deus, que recebe nossa oração.
Fechar a porta do quarto pode também significar outra coisa, a saber, a busca de um estágio profundo de instrospecção. Abandonar o barulho das vozes, silenciar os pensamentos e alcançar aquela quietude de alma recomendada pelo Pai Celestial: “Aquietai-vos e sabei que sou Deus”.
Algumas pessoas conseguem apreender apenas aquilo que as palavras traduzem. Estão na camada dos óbvios e naturais da vida. Ficam na cadeia de causas e efeitos e tratam tudo como PROBLEMA: o que dá para montar, dá também para desmontar; o que pode deixar de funcionar, pode também ser consertado; o que pode ser expresso em palavras, pode ser compreendido e controlado. Isso vale para máquinas de lavar, aviões supersônicos, pessoas e relacionamentos, pensam elas.
Mas há pessoas que vão um pouco mais longe e descobrem que a vida não é tão lógica assim. Tratam a realidade na categoria do PARADOXO. Sabem que duas pessoas podem ter razão ao mesmo tempo, que pessoas podem ser capazes de fazer tanto o bem quanto o mal, enfim, que a vida é muito mais um degradê de cinzas do que um quadro em preto e branco.
Finalmente, há pessoas que penetram a dimensão da PERPLEXIDADE. Já não se ocupam tanto em compreender, explicar e controlar. Sabem que algumas coisas simplesmente são, sem qualquer explicação aparente ou apesar de todo o absurdo. Sabem apreciar a música e a poesia. Abraçam crianças, rolam no chão com seus cães e ficam extasiados com um pôr de sol. Não precisam de palavras para trocar segredos de amor, sabem como foi o dia dos filhos pelo bater da porta do quarto e se comunicam com os olhos, mesmo estando nos extremos de um salão de festa. Suas vidas estão além das fronteiras da razão e dos sentidos físicos. São sensíveis ao belo, ao bom, ao justo e ao verdadeiro.
A mente de Deus é, também, lógica e sua sabedoria capaz de oferecer solução às questões mais complexas da existência. Mas a intimidade com Deus se aprofunda no quarto, a portas fechadas, na quietude da alma, onde as palavras funcionam mais para fugas do que aproximações e o silêncio é significativo, como a mais bela das vozes a pronunciar a mais fértil das frases: “Tu és meu filho amado, em quem tenho prazer”.
Fonte: IBAB


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              O grande eu sou e os pequenos seus



O grande pecado do homem é seu desejo de ser igual a Deus: ter nas mãos a prerrogativa de impor sua vontade sobre todas as outras vontades; fazer de si mesmo “a medida de todas as coisas”; ocupar o centro do universo de modo que tudo concorra para seu prazer, conforto e comodidade; afirmar o seu pequeno eu contra todos os outros eus, inclusive o grande Eu Sou.
O fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal era bonito de se ver, agradável ao paladar e suficiente para dar entendimento. Mas a razão porque Adão e Eva comeram o fruto proibido foi outra: a convicção de aquele fruto faria com que se tornassem iguais a Deus, conhecedores do bem e do mal, e, portanto, capazes de tomar nas mãos a responsabilidade de dizer o que é certo e o que é errado, o que é bem e o que é mal. Em outras palavras, vislumbraram a possibilidade de não depender de Deus para definirem seu jeito de ser e viver. Julgaram que seriam capazes de conduzir o universo à luz de seus próprios critérios. Acreditaram que conseguiriam fazer leis mais justas e adequadas do que as leis de Deus. Imaginaram que poderiam mudar os padrões da criação, fazendo com que todas as realidades se curvassem aos seus interesses e conveniências. Sonharam com o império do pequeno eu. E então morreram.
Morreram porque foram expulsos do paraíso, isto é, seu relacionamento com Deus, a fonte da vida, foi rompido. Morreram quando saíram de Deus. E Deus não poderia ter evitado, não poderia manter em si mesmo incontáveis pequenos eus egocêntricos. Deus não poderia permitir um universo funcionando para satisfazer os caprichos de incontáveis pequenos eus. Um universo assim seria o caos, exatamente o que vivemos hoje. Por esta razão entregou o homem às conseqüências de sua prepotência, na esperança de que sua saudade do paraíso fosse suficiente para que compreendesse a necessidade da morte de seu pequeno eu, de modo que entregasse a vida novamente aos cuidados do grande Eu Sou.
E assim chegou Jesus, ensinando os homens a orar “venha o teu reino”, ou “traz o paraíso de volta”, pois acolhemos “tua vontade na terra como no céu”. Eis a síntese da oração: render a vontade do pequeno eu à vontade do grande Eu Sou.
Fonte: IBAB


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                   Lutando com DEUS


Jacó lutou com Deus no Vale de Jaboque. Disse a Deus “não te deixarei ir até que me abençoes”. Literalmente, saiu no tapa com Deus, e levou a pior: foi ferido no nervo da coxa e passou o resto da vida mancando. Mas foi abençoado, e nesse sentido se deu bem. Seu nome deixou de ser Jacó, que quer dizer “aquele que age traiçoeiramente”, e passou a se chamar Israel, “aquele que luta com Deus”.
A pergunta por trás dessa história é por que um homem tem que lutar com Deus para ser abençoado? Estaria Deus se recusando a abençoar? Teria Deus má vontade em fazer o bem? Seria o caso de Deus não ser tão generoso quanto queremos acreditar? Será que as bençãos de Deus nós as conquistamos às custas de muito esforço, através de vigílias de oração, correntes de fé, jejuns, sacrifícios com ofertas financeiras, penitências, e tantas outras expressões próprias das religiões? Seria a nossa parte “tomar posse” das bençãos e a parte de Deus dificultar ao máximo o acesso aos seus favores para que somente os muito perseverantes os alcancem? Precisamos mesmo reivindicar o que é nosso? Enfim, por que a Bíblia diz que Jacó lutou com Deus até ser abençoado por Ele?
A luta com Deus não se justitifica pela necessidade de convencer Deus a abençoar. A luta com Deus não visa a mudar o coração de Deus em relação a nós e nossas necessidades e desejos. Lutamos com Deus porque queremos ser abençoados em nossos termos. Lutamos com Deus porque não queremos permitir que Ele transforme nossos corações e mentes. Lutamos com Deus porque nos recusamos a mudar. Lutamos com Deus porque queremos os favores de Deus e ao mesmo tempo queremos permanecer as mesmas pessoas que sempre fomos, agarradas aos mesmos vícios, padrões de pensamento, idéias fixas, comportamentos maléficos e sentimentos mesquinhos. Lutamos com Deus como quem diz “anda logo, responda a minha oração, atenda os meus anseios e não se meta na minha vida”. Lutamos com Deus porque queremos impor sobre Ele nossa vontade, em vez de nos submetermos à sua vontade, que é sempre boa, perfeita e agradável.
O evangelho não é um caminho de conquista de bençãos. O evangelho é um convite à intimidade com Deus, numa caminhada onde nossos corações e mentes vão sendo transformados de modo a nos ocuparmos tanto com o reino de Deus, a justiça de Deus e a glória de Deus, que nem nos damos conta que as coisas que desejamos Deus no-las concede como expressão de seu cuidado paterno amoroso e fiel.
Fonte: IBAB


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O Pastor 171, a Ovelha Burra e o Bode Ganancioso


O velho pastor chamou em seu escritório o jovem rapaz que lhe auxiliava nos trabalhos. Aquele menino era o seu braço direito e ele queria passar os segredos do seu sucesso, até porque, para dar vôos mais altos e expandir o negócio, quer dizer, a igreja, ele precisaria dividir seus conhecimentos.
– Meu filho, ouve agora as minhas instruções e dá ouvidos às minhas palavras. O que vou te dizer agora e de suma importância para você vencer na vida.
O discípulo achou estranho, mas gostou da confiança que lhe estava sendo imposta.
– Existem dois tipos de pessoas: a ovelha burra e o bode ganancioso. É com este tipo de pessoas que você deverá trabalhar – sentenciou o velho para aquele jovem com olhos arregalados de surpresa.
Enquanto o jovem se ajeitou na poltrona para ouvir melhor, o pastor continuou.
– Para você conseguir sucesso, fama, e dinheiro primeiro você precisa se cercar de umas mulheres mal amadas. Estas cujos maridos são totalmente ausentes, desinteressados, beberrões e que dão mais valor aos amigos do que as esposas. Elas serão fiéis a você e não deixarão que falem mal de você.
O jovem se aconchegou ainda mais na poltrona, coçou o queixo e continuava a olhar fixamente no mestre.
– Vou te falar da ovelha burra. Este tipo de gente não lê a Bíblia e acreditará em tudo o que você falar. Use especialmente textos do Velho Testamento para arrancar o dinheiro delas. E não tenha medo. Seja ousado! Peça muito. E faça parecer que isto é um gesto de dedicação a Deus. Um gesto de fé. Na sua burrice, elas não vão questionar você.
O jovem continuava calado, meio descrente, meio surpreso, mas já vislumbrando o seu futuro.
– A estrategia para com os bodes gananciosos é diferente. Faça parecer que eles sempre irão levar vantagens. Peça dinheiro, bens, carro, casa, joias… Tudo o que eles tiverem. Mas faça parecer que eles irão ganhar o dobro se derem para Deus, quer dizer, para você. O ganancioso é a vítima mais fácil porque mesmo as vezes sendo inteligente, eles são mais facilmente enganados justamente por causa da ganância
A esta altura o garoto já sorria maliciosamente. Fora fisgado pela fala do mestre.
– Por último, desenvolva a arte de fazer as críticas parecerem perseguição. Mais cedo ou mais tarde alguém vai denunciar ou criticar você. Quando alguém cair em si e sair do seu redil, diga que não obteve o que queria por causa da falta fé. Você precisa fazer tudo parecer um gesto de fé. Assim poderá culpar os críticos de falta de fé.
– Mas pastor… – Tentou dizer algo o jovem aprendiz.
– Ainda não terminei. Viva no luxo. Tenha do bom e do melhor. Tire exemplo das novelas. Já viu pobreza e coisa feia nas novelas? Lá tudo é lindo e maravilhoso. Não tem miséria. O bode ganancioso e a ovelha burra acham que isto é que é sinal da bênção de Deus.
E assim a conversa se estendeu por um logo tempo. Trocaram ainda algumas considerações finais e o mestre despediu seu pupilo. Saindo para casa, após caminhar alguns metros um senhor se dirige ao jovem.
– Moço, um folheto da Palavra de Deus pra você.
O jovem pensou em recusar, mas visto que poderia fazer aquele velho tentar argumentar, aceitou. Continuou seu caminho e antes de jogar o folheto no chão, deu uma olhada no título:
“Mas Deus lhe disse: Louco, esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será?”
Autor: Pastor Vinícius
Fonte: Estudos Gospel


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  Sua Misericórdia Dura Para Sempre


Há muitos anos atrás, um famoso artista de Hollywood entregou sua vida ao Senhor. Mas o dinheiro, a fama e a corrupção começaram a agir em sua vida, e aos poucos ele foi se distanciando de Deus. Conta-se que sua esposa finalmente o confrontou e disse: “É melhor você se acertar com Deus porque o seu pecado irá arrastá-lo ao abismo; e quando isso acontecer, vai levar toda a sua família com você”.
O pecado age dessa forma. É como um câncer que pode destruir os homens mais poderosos e de mais elevada posição, os melhores e os mais inteligentes. Mais freqüentemente do que imaginamos, suas conseqüências afetam famílias inteiras, como uma legítima metástase. Foi o que aconteceu com Davi e Bate-Seba. Sua história é trágica, mas, apesar de tudo, tem um final triunfante, por causa de um Deus misericordioso e amoroso que graciosamente concede a vitória para pecadores que se arrependem sinceramente.
“Decorrido um ano, no tempo em que os reis costumam sair para a guerra… Davi ficou em Jerusalém” (2 Sm 11.1).
Talvez ele não tenha conseguido dormir naquela noite, porque a Bíblia diz: “…levantou-se Davi do seu leito e andava passeando no terraço da casa real” (11.2).
De lá, ele viu uma linda mulher tomando banho:
“Então, enviou Davi mensageiros que a trouxessem… a mulher concebeu e mandou dizer a Davi: Estou grávida” 2 Sm 11.4-5).
A Bíblia apresenta Bate-Seba como uma mulher quieta, submissa, cujo nome tem sido associado, ao longo dos séculos, com os mais terríveis pecados de Davi, com adultério e assassinato premeditado. O sórdido episódio abriu um triste e trágico capítulo na vida de um rei que havia sido bondoso, e destruiu a paz da família real.
Alguns comentaristas pintaram Bate-Seba de maneira pouco lisonjeira em sua moral, culpando-a, na essência, pela infidelidade de Davi e de seu desejo de buscar um relacionamento sexual com a mulher de outro homem, contrariando tudo o que ele sabia ser o certo. O fato é que Bate-Seba estava em sua casa, e não estava fazendo nada de incomum ou provocativo. De acordo com Charles Ryrie, em seu comentário na Bíblia Anotada:
“As casas no Oriente Médio possuíam um pátio cercado que era considerado parte da casa. Bate-Seba, banhando-se à luz de lamparina, não foi indecorosa, pois estava em sua casa. O interior do pátio, todavia, podia ser visto do telhado da casa de Davi, situada em terreno mais elevado no monte Sião”.
A Bíblia nem mesmo diz se Bate-Seba sabia porque Davi estava chamando-a naquela noite. No entanto, como serva leal, ela não tinha alternativa a não ser obedecer. As Escrituras pintam Bate-Seba como uma mulher quieta e submissa que não possuía a sabedoria ou a astúcia, nem a ousadia ou a segurança da esposa de Davi, Abigail, que é chamada de “sensata e formosa” (1 Sm 25.3). Há mais de vinte anos atrás, quando ainda era casada com o egoísta Nabal, Abigail havia impedido Davi de assassinar toda a sua casa pela raiva que ele sentia por Nabal (1 Sm 25.23-35).
Se Bate-Seba fosse como Abigail, poderia ter convencido Davi a não concretizar o desejo que estava em sua mente. Mas ela não era assim, e fez o que lhe mandaram fazer. Quando, mais tarde, descobriu que estava grávida de Davi, mandou avisá-lo.
Em uma tentativa completamente errada de tentar esconder o seu pecado e enganar Urias, o marido de Bate-Seba, levando-o a acreditar que o bebê era dele, Davi mandou chamá-lo do campo de batalha esperando que ele fosse para casa ficar com sua esposa. Mas Urias era um homem íntegro e disse:
“A arca, Israel e Judá ficam em tendas; Joabe, meu senhor, e os servos de meu senhor estão acampados ao ar livre; e hei de eu entrar na minha casa, para comer e beber e me deitar com minha mulher? Tão certo como tu vives e como vive a tua alma, não farei tal coisa” (2 Sm 11.11).
Davi tentou novamente, embebedando Urias. Mesmo assim, Urias passou a noite no palácio do rei, junto dos seus servos. Então, em um ato nada característico de sua personalidade, e com crueldade e sangue-frio, Davi escreveu uma carta a Joabe, comandante de seu exército, e pediu que Urias a levasse até ele. Nessa carta estava escrito:
“Ponde Urias na frente da maior força da peleja; e deixai-o sozinho, para que seja ferido e morra” (2 Sm 11.15).
E Urias foi morto. Davi casou-se com Bate-Seba, que deu à luz ao seu filho. “Porém isto que Davi fizera foi mau aos olhos do Senhor” (2 Sm 11.27).
Deus, então, aplicou a vara da disciplina. Primeiro, a criança morreria; segundo, a espada jamais se apartaria da casa de Davi (2 Sm 12.10-14). Com o coração e o espírito quebrantados, Davi se arrependeu profundamente, orou e jejuou por sete dias na esperança de que Deus poupasse a criança. Mas Ele não a poupou. A criança morreu; a metástase havia começado a se alastrar.
Dentro de nove meses Bate-Seba perdeu o marido e um filho. Sua vida mudou para sempre. Pelo que sabemos, aquela criança era seu primeiro filho. A Bíblia não faz menção de nenhum filho que ela tenha tido com Urias. As Escrituras também não atribuem a ela nenhum tipo de culpa. Deus culpou Davi, e foi Davi quem Ele puniu. Mas Bate-Seba, sem dúvida, sofreu tanto quanto ele.
Antes desses fatos, Davi havia escrito:
“Recolheste as minhas lágrimas no teu odre; não estão elas inscritas no teu livro?” (Sl 56.8).
A Escritura não fala de palavra nenhuma que Bate-Seba tenha dito em relação à tragédia que sofreu, mas, com certeza, suas lágrimas fluíram livremente para o odre de Deus.
Deus estende Sua misericórdia a todos aqueles que se arrependem sinceramente. Na Sua insondável sabedoria, Ele distingue o fraco do forte, o humilde do orgulhoso, e prova os corações de todos os homens. Em algum lugar ao longo do caminho, o Deus Supremo provou o coração de Bate-Seba e decidiu abençoá-la. E de fato a abençoou.
Deus tomou para si o menino que foi concebido por Bate-Seba em adultério. Ainda assim, na Sua misericórdia que dura para sempre, Ele deu-lhe outro filho. As Escrituras dizem que
“Davi veio a Bate-Seba, consolou-a e se deitou com ela; teve ela um filho a quem Davi deu o nome de Salomão; e o Senhor o amou” (2 Sm 12.24).
Aqui, pela primeira vez, Deus declarou Bate-Seba mulher legítima do rei Davi, santificou seu casamento e o abençoou. Na Sua infinita misericórdia e amor, o Senhor não somente deu a Bate-Seba outro filho, Ele deu ao seu filho a supremacia sobre os irmãos mais velhos, declarando Salomão como herdeiro do trono de seu pai. Mais tarde, Davi iria dizer:
“E de todos os meus filhos, porque muitos filhos me deu o Senhor, escolheu ele a Salomão para se assentar no trono do reino do Senhor, sobre Israel” (1 Cr 28.5).
Bate-Seba não somente tornou-se a rainha-mãe, ela tornou-se ancestral direta de Jesus, o Messias, através de Salomão, e também através de seu filho Natã (1 Cr 3.5; Lc 3.31). Ela é uma das únicas quatro mulheres listadas na genealogia de Cristo (Mt 1.6).
Bate-Seba permaneceu junto a Davi pelo resto de sua vida (mais uns vinte anos) e deu a ele quatro filhos (1 Cr 3.5). Era uma esposa dentre muitas e testemunhou um tumulto familiar que hoje seria considerado uma das piores formas de disfunção nas relações domésticas. Embora Deus amasse a Davi e o tenha perdoado e abençoado, manteve a promessa dEle de que a espada nunca deixaria sua casa porque ele tinha assassinado Urias, marido de Bate-Seba, e tomado sua esposa.
Curiosamente, não existe condenação para Bate-Seba em qualquer parte da Escritura. O pecado é sempre descrito como sendo de Davi somente, principalmente porque Bate-Seba, uma mulher relativamente indefesa na época do Velho Testamento, foi aprisionada na teia de uma outra pessoa, e submetida a um relacionamento acreditando não ter outra escolha. Davi, contudo, teceu a teia quebrando deliberada e indiferentemente três dos Dez Mandamentos:
“Não matarás. Não cometerás adultério… Não cobiçarás a mulher do próximo” (Êx 20.13-14,17).
A Lei Mosaica não previa nenhum sacrifício para corrigir essa situação. Davi merecia a morte. Mesmo assim, Deus estendeu Sua misericórdia enquanto providenciava igualmente sua disciplina; e seus efeitos se espalharam pela família de Davi, incluindo sua esposa.
Primeiro, o filho mais velho de Davi, Amnon, estuprou sua própria meia-irmã, Tamar. Esta ficou tão arrasada que passou o resto de sua vida solteira na casa de seu irmão Absalão (2 Sm 13.20). Davi, contudo, não fez nada para punir Amnon, que merecia ser morto (Lv 18.9,29). Conseqüentemente Absalão, que amava tanto sua irmã que deu o nome dela à sua filha em sua homenagem (2 Sm 14.27), fez justiça com suas próprias mãos (2 Sm 13.29). Então ele fugiu para a casa de Talmai, rei de Gesur, avô dele e de Tamar (2 Sm 13.37; 1 Cr 3.2).
Absalão voltou para casa três anos depois. Mas Davi, que não fora rígido o suficiente com Amnon, foi bastante duro com Absalão e se recusou a restaurar seu relacionamento com ele. Como conseqüência, Absalão fomentou uma rebelião que obrigou Davi a fugir para salvar sua vida.
Muito provavelmente Bate-Seba e seus filhos fugiram com ele, pois a Bíblia diz:
“Saiu o rei, e todos os de sua casa o seguiram; deixou porém o rei dez concubinas, para cuidarem da casa” (2 Sm 15.16).
No final, Absalão morreu. Davi, atormentado pela dor e possivelmente por seu miserável fracasso como pai, chorou alto, clamando:
“Meu filho Absalão, meu filho, meu filho Absalão! Quem dera que eu morrera por ti, Absalão, meu filho, meu filho!” (2 Sm 18.33).
Tudo isso por causa do seu pecado com Bate-Seba.
Bate-Seba aparece novamente nas Escrituras logo antes da morte de Davi, quando ele estava com cerca de 70 anos. Ela continua sendo aquela mulher submissa, que faz o que lhe mandam fazer; e Davi ainda continua o pai negligente. Adonias, irmão de Absalão e o mais velho do restante dos filhos de Davi, começou a falar que seria o rei – mesmo sabendo que o reino iria para Salomão, “porque do Senhor ele o recebeu” (1 Rs 2.15). Davi não fez nada para impedi-lo. Então Adonias realizou uma festa, ostensivamente para celebrar sua ascensão ao trono. Quando o profeta Natã percebeu o que estava acontecendo, instruiu Bate-Seba a contá-lo a Davi, que agora já encontrava-se velho e doente.
Bate-Seba obedeceu. Naquilo que foi um dos melhores momentos com sua esposa, Davi declarou a Bate-Seba:
“Tão certo como vive o Senhor, que remiu a minha alma de toda a angústia, farei no dia de hoje, como te jurei pelo Senhor, Deus de Israel, dizendo: Teu filho Salomão reinará depois de mim e se assentará no meu trono, em meu lugar” (1 Rs 1.29-30).
Enquanto Adonias estava com seus convidados, Zadoque, o sacerdote, e Natã, o profeta, coroaram Salomão. Aproximadamente 21 anos depois que Deus tomou o filho de Bate-Seba, que fora concebido em pecado, Ele coroou seu outro filho como rei de Israel.
Bate-Seba aparece ainda mais uma vez. Davi havia morrido, e Adonias aparentemente continuava alimentando esperanças de poder usurpar o trono. Adonias pediu a Bate-Seba que convencesse seu filho Salomão a lhe dar Abisague, uma bonita jovem que havia servido a Davi. Bate-Seba era evidentemente ingênua no que diz respeito aos caminhos do mundo e não entendeu que o pedido de Adonias era uma tentativa de desacreditar seu filho. Na cultura daquele tempo, Abisague era propriedade do rei. Se ele não a quisesse, ninguém mais poderia tê-la. Irado, Salomão negou o pedido e solidificou seu reinado mandando matar Adonias (1 Rs 2.24-25).
Mas a entrada de Bate-Seba na presença de Salomão revela um belo relance do relacionamento entre mãe e filho. A Escritura diz:
“O rei se levantou a encontrar-se com ela e se inclinou diante dela; então, se assentou no seu trono e mandou pôr uma cadeira para sua mãe, e ela se assentou à sua mão direita” (1 Rs 2.19).
Embora Bate-Seba fosse agora apenas uma viúva entre tantas no palácio, ela era a única viúva que era mãe do rei.
Foi escrito no livro de Gálatas:
“Não vos enganeis: de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará” (Gl 6.7).
Infelizmente, aquele que semeia não é o único que colhe. No instante em que Davi semeou sementes de pecado, as vidas de Bate-Seba e de seus filhos foram mudadas para sempre. Deus, mesmo sendo santo, reto e justo, também é misericordioso. Sua misericórdia dura para sempre e Ele a dispensa graciosamente para qualquer um que verdadeiramente se arrepende.
Autor: Lorna Simcox
Fonte: Estudos Gospel


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Como viver na dimensão da eternidade


O apóstolo Paulo em sua Segunda Carta aos Coríntios, capítulo quatro, versículos dezesseis a dezoito nos ensina a viver na dimensão da eternidade. Nossos pés estão na terra, mas nosso coração está no céu. Vivemos neste mundo como peregrinos, mas estamos a caminho da nossa Pátria permanente. Três verdades saltam aos nossos olhos no texto em apreço. Essas verdades nos direcionam nessa caminhada rumo à glória.
1. Temos um corpo fraco, mas um espírito renovado.
“Por isso, não desanimamos; pelo contrário, mesmo que o nosso homem exterior se corrompa, contudo, o nosso homem interior se renova de dia em dia” (2Co 4.16).
Nossa fraqueza física é notória e indisfarçável. O tempo esculpe em nossa face rugas profundas. Nossas pernas ficam bambas, nossos joelhos trôpegos e nossas mãos descaídas. Cada fio de cabelo branco que surge em nossa cabeça é a morte nos chamando para um duelo. Nosso homem exterior, ou seja, nosso corpo enfraquece-se progressivamente. Mas, ao mesmo tempo, nosso homem interior, ou seja, nosso espírito renova-se de dia em dia, sendo transformado de glória em glória na imagem de Cristo. Ao mesmo tempo em que o nosso corpo se enfraquece, nosso espírito se fortalece. Na mesma proporção que o exterior se corrompe, o interior se renova. Temos um corpo fraco, mas um espírito forte.
2. Temos um presente doloroso, mas um futuro glorioso.
“Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós eterno peso de glória, acima de toda comparação” (2Co 4.17).
Aqui pisamos estradas juncadas de espinhos, cruzamos vales escuros e atravessamos desertos tórridos. Aqui nossos olhos ficam empapuçados de lágrimas e nosso corpo geme sob o látego da dor. Aqui enfrentamos ondas encapeladas, rios caudalosos e precisamos atravessar fornalhas ardentes. Aqui sofremos, choramos e sangramos. Porém, em comparação com a glória por vir a ser revelada em nós, nossas tribulações são leves e passageiras. O presente é doloroso, mas o futuro é glorioso. Nosso destino final não é um corpo caquético, mas um corpo de glória. Nossa jornada não termina num túmulo gélido, mas na Jerusalém celeste. Nosso fim não é a morte, mas a vida eterna. O nosso futuro de glória deve encorajar-nos a enfrentar com alegria a nossa presente tribulação. O que seremos deve nos encher de esperança para arrostar as limitações de quem somos. Vivemos na dimensão da eternidade!
3. Temos as coisas visíveis que são temporais, mas as coisas invisíveis que são eternas.
“Não atentando nós nas coisas que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se não veem são eternas” (2Co 4.18).
O visível e tangível que enche nossos olhos e tenta seduzir nosso coração é aquilo que não vai permanecer. Tem prazo de validade e não vai durar para sempre. Mas, as coisas que não vemos são as que têm valor e vão permanecer para sempre. Investir apenas naquilo que é terreno e temporal é fazer um investimento insensato, pois é investir naquilo que não permanece. Investir, porém, nas coisas invisíveis e espirituais, é investir para a eternidade. Jesus diz que devemos ajuntar tesouros lá no céu, pois o céu é nossa origem e nosso destino. O céu é nosso lar e nossa pátria. Nosso Senhor está no céu. Muitos dos nossos irmãos já foram para o céu e nós, que fomos remidos e lavados no sangue de Jesus estamos a caminho do céu. Lá está o nosso tesouro. Lá está a nossa herança. É lá que devemos investir o melhor do nosso tempo e dos nossos recursos. Atentar apenas nas coisas que se veem e que são temporais é viver sem esperança no mundo; mas buscar as coisas que os olhos não veem nem as mãos apalpam é viver na dimensão da eternidade, com os pés na terra, mas com o coração no céu!
Autor: Pastor Hernandes Dias Lopes
Fonte: Estudos Gospel


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   O Que Quer Dizer “Primeiro Amor”?




O que é o“primeiro amor”

         Em minha opinião, a expressão “primeiro amor” não se refere tanto à característica temporal, e, sim, muito mais à característica qualitativa, à importância. O essencial é que o amor a Jesus ocupe o primeiro lugar em minha vida, isto é, que ocupe a posição de principal e melhor amor; importa que as prioridades estejam na ordem correta.
         Quando um marido passa a colocar os esportes, a televisão ou seu hobby à frente de sua esposa com o passar dos anos (mesmo que lhe seja fiel, que ainda goste muito dela, que não consiga mais imaginar sua vida sem ela e que ela continue cuidando dele o tempo todo), então ele abandonou o seu primeiro amor em relação a ela.
         Quando a paixão e a devoção a Jesus diminuem, o primeiro amor por Ele já foi abandonado. Esse principal e melhor amor não pode ser substituído por perfeccionismo, nem por esforços e perseverança, nem evitando maus pensamentos e ações. Revelar o mal, trabalhar e sofrer para o Senhor também não resolve. Isso tudo é bom e necessário, afinal, o próprio Senhor reconhece que são atitudes elogiáveis (Ap 2.2-3); mas elas também podem partir de um hábito puramente mecânico, e ficar engessadas em formalismo e tradicionalismo.
         Por ocasião de seu jubileu de ouro no serviço militar, Paul von Hindenburg (1847-1934) [que mais tarde foi presidente da Alemanha], recebeu altas honrarias. Sua resposta foi modesta: “À guerra, o espírito – ao rei, o coração – à pátria, o sangue – a Deus, a honra!” Mas Deus quer nosso amor inteiro e completo, sem dividi-lo com ninguém (Mt 22.37). Nosso espírito, nosso coração e nosso sangue pertencem somente a Ele. O Senhor não quer somente a honra, mas toda a devoção dos que que se voltam para Ele em amor.
         Em muitas igrejas tudo corre conforme os padrões bíblicos, e não há nada que se possa dizer contra elas. Ainda assim, falta o primeiro amor ao Senhor, pois a vida estruturada da igreja assumiu o lugar de Jesus Cristo. O Senhor Jesus sempre deve estar em primeiro lugar. Esse primeiro amor a Ele é que deve impulsionar o que fazemos por Ele, e não o contrário. Penso que era isso que Jesus estava querendo dizer aos cristãos da igreja em Éfeso: para eles, agir em nome do Senhor vinha antes, e o amor profundo a Jesus estava só em segundo lugar; a rotina descompromissada tinha passado acima da vida espiritual.

Um exemplo de primeiro amor por Jesus

         Lemos em Lucas 10.38-42:
 
“Indo eles de caminho, entrou Jesus num povoado. E certa mulher, chamada Marta, hospedou-o na sua casa. Tinha ela uma irmã, chamada Maria, e esta quedava-se assentada aos pés do Senhor a ouvir-lhe os ensinamentos. Marta agitava-se de um lado para outro, ocupada em muitos serviços. Então, se aproximou de Jesus e disse: Senhor, não te importas de que minha irmã tenha deixado que eu fique a servir sozinha? Ordena-lhe, pois, que venha ajudar-me. Respondeu-lhe o Senhor: Marta! Marta! Andas inquieta e te preocupas com muitas coisas. Entretanto, pouco é necessário ou mesmo uma só coisa; Maria, pois, escolheu a boa parte, e esta não lhe será tirada”.  Lucas 10.38-42
         Marta empenhou tudo para que Jesus fosse recebido dignamente com a melhor comida e bebida, e com certeza não fez isso sem amor. Mesmo assim, o Senhor precisou adverti-la; mas sua irmã Maria foi elogiada por Ele. Devemos fazer uma coisa sem deixar a outra de lado – mas as prioridades devem estar na ordem certa. Esse acontecimento mostra que Maria escolheu a atitude melhor, o que nos dá um exemplo do “primeiro amor” a Jesus. Importa primeiro sentar aos Seus pés, ouvir a Sua palavra e reconhecer a Sua vontade. Esse primeiro amor ao Filho de Deus não existe sem que a Sua vontade seja feita. Mais tarde, a mesma Maria derramou o ungüento precioso sobre os pés de Jesus. João 12.3 nos relata essa ação:
 
“Então, Maria, tomando uma libra de bálsamo de nardo puro, mui precioso, ungiu os pés de Jesus e os enxugou com os seus cabelos; e encheu-se toda a casa com o perfume do bálsamo”.  João 12.3
          Maria “escolheu a boa parte”, a melhor, a superior, “e esta não lhe será tirada”.
         Que contraste com as palavras de Jesus: “Tenho, porém, contra ti que abandonaste o teu primeiro amor”. O primeiro amor havia sumido e por isso a igreja de Éfeso corria perigo de perder sua luminosidade. No exemplo acima, quem brilha mais? Marta ou Maria?

“Primeiro Jesus!”

         A visita de Jesus à casa de Maria e Marta e o ato de amor de Maria mostram claramente a importância que o Senhor dá à dedicação completa de todo o nosso amor a Ele, ao nosso viver com Ele e a partir dEle e ao serviço devotado que brota dessa ligação vital. O princípio é este: primeiro amor profundo a Jesus e só então serviço em Seu favor. É muito importante ouvi-lO e adorá-lO por meio do estudo da Bíblia, da oração, do silêncio em Sua presença. Infelizmente é possível esgotar-se pelo Senhor mesmo que tenhamos nos tornado indiferentes em relação à comunhão com Ele. Devemos fazer o primeiro sem desprezar o segundo – ou teremos abandonado o primeiro amor.
         O principal amor deve ser devotado ao Senhor Jesus, que amou primeiro os Seus – por meio de Seu sofrimento e da Sua morte vicária na cruz, assim como através de Sua ressurreição e ascenção aos céus. Em outras palavras: Ele precisa ser o primeiro em nossas vidas. O Senhor Jesus expressou dessa forma radical a seriedade absoluta com que encara esse primeiro amor a Ele:
 
“Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim não é digno de mim; quem ama seu filho ou sua filha mais do que a mim não é digno de mim” (Mt 10.37).
         A palavra grega para “primeiro” é “protos”, que refere-se menos à importância cronológica e mais à importância qualitativa. Assim, o “primeiro” amor é o “melhor” amor. Podemos derivar disso também expressões como “lugar de honra”“líder”“ser o primeiro” ou “assumir o lugar principal”. No tabernáculo, o lugar santo antes do Santo dos Santos também era chamado de “primeira tenda” ou “tenda anterior”. Ali os sacerdotes atuavam na presença direta do Senhor; não havia mais nada entre eles. Também isso revela a vontade do Senhor: que vivamos tão diretamente com Ele e na Sua presença, que Ele tenha o primeiro lugar em nossas vidas!
         A mesma palavra grega “protos” também é usada na parábola do filho pródigo, que voltou para o pai totalmente empobrecido e com as roupas rasgadas. Este mandou lhe trazer a primeira, isto é, a melhor roupa:“Trazei depressa a melhor roupa, vesti-o…” (Lc 15.22). Não se tratava de uma roupa de festa que o filho talvez já tivesse usado em ocasiões passadas, mas, sim, da principal roupa de festa.
         O Senhor encontrou muitas coisas boas entre os cristãos da igreja em Éfeso (cf. Ap 2.2-3), mas Ele em si não era mais o Melhor e Primeiro entre eles. Alguém disse, com muita propriedade: “O bom é inimigo do excelente”. Mais uma vez: o melhor – o primeiro amor a Jesus – deve vir antes de qualquer outra coisa. Quando permitimos que algo venha antes do “primeiro amor”, então este passa a ser o segundo ou até mesmo o terceiro amor.
         O seu amor pertence primeiro ao Senhor Jesus? Ele tem prioridade absoluta em sua vida? Você realmente coloca todo o resto depois dEle em sua vida? Você se esforça para prestar atenção ao que Ele diz quando procura lhe falar por meio de Sua Palavra na Bíblia, a fim de ter comunhão verdadeira com Ele? Você continua a amar o Senhor Jesus sobre todas as coisas quando perde tudo aquilo que lhe é caro, quando, por algum motivo, não pode mais trabalhar ou se movimentar? Você aprendeu a amá-lO sobre todas as coisas? Você escutou e aplicou a tempo em sua vida a advertência de Jesus para os cristãos de Éfeso? O Senhor descreveu o significado do verdadeiro discipulado com estas palavras extremamente sérias:
 
“Assim, pois, todo aquele que dentre vós não renuncia a tudo quanto tem não pode ser meu discípulo” (Lc 14.33).
         Certa vez Charles Haddon Spurgeon contou esta emocionante história, que combina muito bem com o tema do “primeiro amor”:
 
“Nós amamos nossas famílias, mas em comparação a Ele podemos odiar pai, mãe, irmãos e irmãs por amor do Seu nome. Quando certo mártir estava para ser queimado, trouxeram-lhe sua esposa e seus onze filhos para tentar convencê-lo a renegar sua fé. Ordenaram aos seus familiares que um a um se ajoelhassem à frente dele, pedindo-lhe que negasse sua fé e vivesse por amor à família. Mas, beijando um após o outro e demorando-se junto à mulher amada, ele disse: ‘Por amor de vocês, meus queridos, gostaria de fazer algo que me permitisse continuar vivendo com minha família; mas como se trata de Cristo, meu Senhor, preciso me afastar de vocês”’.

Autor: Norbert Lieth
Fonte: Estudos Gospel